Alguns comportamentos dos usuários que também chama a atenção e gera resultados ruins no uso de estratégias automatizadas, mesmo que esta conduta não prejudique diretamente a performance dos robôs, ela pode acabar levando o usuário à desistência e ao desligamento do mesmo.
Como vimos na primeira parte do texto, os robôs alcançam sua performance prevista após um grande número de operações, o que pode compreender um período de até alguns meses.
Neste período de funcionamento o robô realiza diversos trades, muitos chegando ao seu alvo e outros tantos terminado em stop loss, que é um padrão de comportamento previsto nos testes.
A postura correta do usuário seria a de ligar o robô e analisar após um determinado período de tempo se a sua performance está dentro da faixa prevista de comportamento da performance, entre seus altos e baixos.
Porém, alguns usuários ligam seus robôs e se colocam como torcedores apaixonados de suas operações, acompanhando cada uma delas, comemorando os trades que resultam em ganho e sofrendo com os trades que atingem o ponto de estope.
Este hábito carrega em si dois problemas.
Normalmente o ser humano tende a esquecer e diminuir rapidamente o valor de suas vitórias e amargurar de maneira mais profunda suas perdas.
Assim, mesmo que a quantidade de perdas esteja dentro da previsão demonstrada nos testes pela estratégia, psicologicamente estas perdas são muito mais valoradas pelo usuário do robô do que os trades vencedores.
Quem não sofre ao ver o robô auferir um bom valor em reais em alguns trades e, em seguida, voltar a zero no trade seguinte?
Esta experiência impacta de forma profunda o psicológico do usuário e gera um peso negativo muito grande na avaliação que ele constrói sobre a estratégia que está sendo utilizada pelo robô.
Somado a isso, os robôs realizam suas entradas conforme o sinal recebido pela conjunção dos indicadores nele embutidos.
Por vezes, a percepção visual do usuário, ao acompanhar a evolução dos preços é de que poderia ter sido melhor entrar naquele trade iniciado pelo robô, no sentido contrário ao que ele escolheu.
Caso este trade termine em loss, mais razão o usuário se atribui e mais impactada fica, sua avalição negativa sobre a competência do robô ele fica.
Com o passar do tempo e com a repetição deste tipo de ocorrência, a crença de que aquela estratégia era vencedora cai por terra e o usuário desiste daquele robô.
Como já vimos, a lógica vencedora por trás das estratégias dos robôs está baseada na repetição contínua daquele procedimento que o levou a iniciar o seu trade, sem levar em consideração a conjuntura geral dos preços, notícias ou o
viés percebido no gráfico do ativo.
Não é raro observarmos um robô fazendo um trade de venda em um dia que se apresenta claramente com viés de alta nos preços.
O robô iniciou o seu trade por ter recebido o sinal de entrada, no sentido apontado pela leitura da conjunção dos dados entre os seus indicadores, desimportando o contexto mais amplo econômico daquele momento.
O importante no cerne da estratégia é que a obediência aos sinais gerados e a realização de todos os trades propostos é que vai resultar na performance demonstrada.
Assim, consideramos um hábito equivocado o acompanhamento de cada trade realizado pelo robô, cercado de comemorações ou frustrações, que não colaboram para o desempenho do mesmo e apenas provocam erros de
percepção sobre a real qualidade da estratégia automatizada.
Associado a esta atitude, um segundo problema que resulta dela é a perda de uma dos maiores benefícios de se operar na bolsa de valores utilizando robôs, que é a não necessidade de estarmos acompanhando em tempo integral as negociações e as movimentações dos preços no mercado financeiro e podermos nos dedicar à outras atividades.
Se utilizamos robôs e, mesmo assim, permanecemos focados no mercado, acompanhando os trades realizados por ele, estamos pagando por um serviço que não usufruímos, pois seguimos amarrados em uma mesa defronte de um computador quase o dia inteiro, quando deveríamos deixar a estratégia automatizada trabalhando por nós.