Outro ponto muito recorrente, observado entre usuários de robôs, são as dúvidas em relação aos resultados divergentes que seus robôs apresentam em comparação com robôs padronizados que são exibidos como referência de performance em tempo real, ou mesmo de robôs idênticos ao seu, operados por outros usuários.
E, sim, estas diferenças podem existir em maior ou menor grau e é normal.
Muitos casos de divergência de performance são detectados quando da não observação por parte do usuário, da configuração dos parâmetros de seu robô.
Pequenas modificações existentes entre os parâmetros de um e de outro robô podem gerar resultados discrepantes entre os mesmos.
E não apenas a utilização de parâmetros diferentes, mas também a forma como se usa o robô pode gerar estas diferenças de performance entre os mesmos.
Algumas estratégias foram desenvolvidas para inicializarem suas operações em determinados horários, que são apontados na sua configuração padrão, ou mesmo, sem definição de horário específico, devendo o robô permanecer ligado durante todo o horário do pregão encerrando suas operações de acordo com sua programação.
Porém, percebe-se usuários ligando seus robôs de forma discricionária, nos momentos nos quais entende que o robô deve alcançar melhores resultados e desligando quando entende que não vale a pena correr riscos, por estar satisfeito com os resultados obtidos até aquele momento.
Esta prática não prejudica o funcionamento do robô, contudo se torna impossível comparar a performance dele com os que operam de acordo com as configurações estabelecidas no robô padrão.
O robô passará a ter uma curva de performance própria, melhor ou pior da que o que é obtida no robô padrão, mas dificilmente igual.
Mas, tratando do tema inicial, quando temos robôs idênticos, sem diferenças de configuração, livre de possíveis interferências do usuário na determinação dos momentos de ligar ou desligar um robô, ou seja, com todos os parâmetros exatamente iguais e funcionando nos mesmos horários, dois robôs gêmeos podem apresentar resultados diferentes quando comparados, divergências estas que podem ser percentualmente maiores em período de tempo relativamente curto e diminuírem na medida em que o período de comparação aumenta.
Isto se deve à lógica de funcionamento das negociações na bolsa de valores.
Apesar de os robôs, as plataformas e a própria B3 funcionar em ambiente digital seguindo pacotes de softwares computacionais quase perfectibilizados em sua programação e desempenho, as efetivas negociações dos ativos são eventos físicos e não virtuais.
Uma solicitação de negócio de compra é fechada contra uma solicitação de negócio de venda, dentro de uma ordem cronológica de eventos enfileirados que ocorrem um após o outro, em sequência e em momentos distintos, apesar de parecerem instantâneos aos nossos olhos visto serem realizados em frações quase infinitesimais de tempo.
Quem deseja negociar, comprando ou vendendo pode optar em agredir o mercado e fazê-lo no preço em que as negociações estão ocorrendo naquele momento ou apregoar um valor melhor para sua oferta, que será devidamente alocada em um livro, seguindo uma ordem cronológica de chegada e do valor desejado.
Tem preferência quem quiser vender mais barato ou comprar mais caro e quem chegou antes.
Desta forma podemos imaginar que, todas os players que desejam negociar um determinado ativo a um determinado preço, remetem suas ordens para a bolsa, que são alocadas no book de ofertas na ordem em que vão sendo recebidas e de acordo com o valor pretendido.
Como a B3 não discrimina as ordens enviadas em função do seu emissor, as ordens emitidas por robôs ou por players humanos vão sendo alocadas de maneira ordenada e sem privilégios nesta fila, no nível de preço desejado pelo emissor, uma após a outra conforme o momento em que vão chegando, no livro de ofertas.
Ocorre que, em vários momentos, apenas uma determinada quantidade de ordens são negociadas em uma fila, dentro de um nível de preço, levando à ocorrência de situações nas quais a ordem de um robô é alcançada pelas negociações executadas e a ordem de outro robô, gêmeo daquele, não.
Neste caso um robô pode realizar o trade e outro robô idêntico pode não ter aquele trade realizado, independente do resultado que possa vir dele, de gain ou de loss.
Isto vai gerar, com certeza, resultados divergentes na performance dos dois robôs, pelo menos neste intervalo de tempo deste trade que analisamos, pois, após o final do trade, um deles vai estar com o resultado igual a zero e o outro com um saldo positivo ou negativo.
De outra forma, mesmo quando utilizamos robôs que operam seus trades utilizando da emissão de ordens a mercado para iniciar suas negociações, a volatilidade presente no balanço dos preços do mercado financeiro pode levar dois robôs idênticos a entrarem em um mesmo trade com níveis de preços diferentes e, um alcançar seu alvo e o outro, não.
Também no fina deste trade, percebermos os robôs idênticos, com saldos diferentes.
Esses eventos que ilustramos pode ocorrer em maior ou menor grau, dependendo do tipo de estratégia do robô, gerando divergências nos resultados pontuais quando comparados, porém, não significando que haja erro no funcionamento dos mesmos.
E, este tipo de divergência, tende a diminuir e quase desaparecer na medida em que se aumenta o período de comparação, pois o somatório de resultados convergentes tende a ter um volume muito superior aos resultados
discrepantes, sendo absorvidos pela média geral da performance alcançada pelos robôs.